O governo Milei informou que a operação policial será “contundente”, como a da semana passada, porém, com maior organização. O presidente Javier Milei afirmou que está do lado dos que “vestem azul” (a polícia) e disse que a ministra da Segurança, Patricia Bullrich, responsável pela área, é “a melhor ministra da história da Argentina”.

Milei e Bullrich estão em plena sintonia, enquanto a vice-presidente Victoria Villarruel se distancia cada vez mais do seu antigo aliado. Diante da ação policial, que reuniu várias tropas federais, e que o governo argumentou que ter sido realizada para combater os ‘barrabravas’ (torcedores com ficha policial), surgiu outro movimento – o dos que repudiam a operação de segurança da quarta-feira passada. Os empregados públicos anunciaram que suspendem suas atividades a partir do meio-dia para que professores, médicos e outros profissionais participem da nova manifestação.

Eles integram a Associação dos Trabalhadores Estatais (ATE) que é parte das centrais sindicais – CTAs – que anunciarão que marcarão presença no ato desta quarta-feira. Além deles, também prometem estar presentes representantes dos partidos de esquerda, do kirchnerismo e dos movimentos sociais, entre outros. A dúvida, nesta terça-feira, é se os clubes de futebol, com torcedores vestindo as camisetas dos seus times comparecerão novamente em peso ao protesto dos aposentados desta quarta-feira.

Outra dúvida é se os aposentados, autores das manifestações tradicionais das quartas, comparecerão de forma massiva ou se, por cautela, vão preferir acompanhar o ato à distância. Eles têm protestado contra as perdas dos seus benefícios e contra o custo de vida que corrói o bem-estar e dificulta que possam pagar seus medicamentos, por exemplo, de acordo com especialistas do ramo.

A imagem negativa de Milei registrou forte aumento (entre 8% e 10%, dependendo da pesquisa de opinião) entre os meses de janeiro e fevereiro deste ano. O escândalo da chamada criptomoeda $LIBRA afetou sua imagem e credibilidade, como notou, por exemplo, um levantamento do instituto Atlas Intel.

No dia 26 de outubro deste ano, a Argentina realiza eleições legislativas para renovar parte da Câmara dos Deputados e do Senado. Milei pretende que seu partido, o nanico A Liberdade Avança (LLA), amplia sua presença no Congresso Nacional. No parlamento, o governo espera apoio, nesta quarta-feira, para o chamado Decreto de Necessidade e Urgência (DNU, equivalente a uma Medida Provisória) para um possível novo acordo da Argentina com o FMI.

Com o provável novo empréstimo do Fundo, o governo planeja acabar com o controle de câmbio e manter seu forte ajuste para continuar contendo a inflação. Nesta terça-feira, o Clarín em espanhol informa que uma pesquisa especializada na província de Buenos Aires, a maior do país, detectou que, se as eleições fossem hoje, a ex-presidente Cristina Kirchner (que ainda não declarou oficialmente se será candidata) e seu partido União pela Pátria teriam mais votos do que os candidatos de Milei.

O clima pré-eleitoral, a determinação de Milei de intensificar a ação policial e a decisão de seus opositores justificam a expectativa para o protesto desta quarta-feira.



Fuente Clarin.com

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