O porta-voz da Presidência da Argentina, Manuel Adorni, foi quem fez o anúncio. Ele disse que a legislação migratória atual “possibilita o caos”. Afirmou que os residentes transitórios e ilegais deverão pagar pelo uso dos serviços públicos do país, como saúde e educação. E declarou ainda que as universidades públicas “que queiram, repito que queiram, poderão cobrar dos estudantes estrangeiros”.
Ele afirmou que as pessoas que entrem na Argentina deverão apresentar um seguro saúde. Ele justificou essa decisão do governo Milei citando o aumento de estrangeiros atendidos no sistema de saúde público. “Nosso objetivo é garantir a sustentabilidade do sistema de saúde, para que deixe de ser um benefício (para estrangeiros) financiado por nossos cidadãos”, disse.
Não foi a primeira vez que o governo fez anúncios nesta linha. Em dezembro, o porta-voz anunciou que o governo queria impulsar a cobrança de estudantes estrangeiros, sem residência ou cidadania argentina, nas universidades públicas. Mas tanto pela legislação atual como pela atitude dos reitores, a medida não teve avanços. Em março deste ano, Milei disse: “Nossa nação tem sido generosa com os imigrantes, mas é diferente quando nossos vizinhos acham que somos bobos ou um centro de benefícios pago com o dinheiro dos argentinos.”. As declarações de Milei e as palavras do porta-voz, nesta quarta-feira, indicam que o presidente argentino não desistiu da ideia, que, acabou fazendo parte da campanha às eleições locais deste domingo (18) na cidade de Buenos Aires. Adorni é candidato a legislador local e contou com Milei no seu palanque,
Adorni afirmou que as pessoas flagradas tentando entrar, de forma ilegal na Argentina, serão “expulsas”. “E os que mintam sobre sua situação ao chegar ao país, também serão expulsos. A Argentina não será terra fértil para a chegada de delinquentes”, disse. A série de medidas anunciadas por ele, nesta quarta, inclui ainda a expulsão dos que cometerem crime no território argentino. Segundo Adorni, nos últimos 20 anos entraram 1,7 milhão de imigrantes irregulares. “Há muitos imigrantes de bem que chegam para trabalhar e construir um futuro. Mas não é justo que os que não obedecem às normas fiquem no território argentino.”
O pacote de medidas faz parte de um Decreto de Necessidade e Urgência (DNU) que o governo enviará ao Congresso, mas que entraria em vigor a partir da publicação no Diário Oficial.