O presidente da Argentina, Javier Milei, escreveu no X sobre a criptomoeda $Libra, sugerindo que era positiva para o crescimento de pequenas e médias empresas. Seu post foi às 19:01 e em poucos minutos a desconhecida criptomoeda multiplicou seu valor, para desabar logo depois. Milei eliminou sua postagem somente na madrugada de sábado, depois da desvalorização da $Libra.

Num primeiro momento, chegou-se a especular que sua conta no X poderia ter sido hackeada. Mas ele afirmou à agência Bloomberg que era o próprio autor da mensagem. Quando a promoção passou a ser amplamente questionada nas redes sociais, nos setores políticos e na imprensa, Milei disse que não tinha conhecimento muito profundo da criptomoeda e atacou a oposição, voltando a chamá-la de “ratos imundos” e “casta”.

No domingo, foram iniciadas ações individuais e em grupos na Justiça, questionando o presidente por desrespeito ao Código de Ética Pública e por perdas aos que, como outros, não deixaram o negócio antes do desabamento do valor da $Libra.

O caso gera um terremoto político e uma série de questionamentos sobre a postura de Milei ao promover um caso de especulação financeira. A Justiça argentina retorna, nesta segunda-feira, de seu período de férias. Ao mesmo tempo, o kirchnerismo, principal opositor de Milei, pretende reunir apoio para que seja instaurada uma CPI na Câmara dos Deputados, pelo impeachment do presidente. O partido do ex-presidente Macri, PRO, por sua vez, também pediu que o caso seja investigado, mas mantém o apoio a Milei. O presidente determinou a apuração do escândalo, do qual está no foco, através do Escritório de Combate à Corrupção. Surgem várias perguntas nas últimas horas, como os motivos que teriam levado Milei a promover uma criptomoeda, seus vínculos com a empresa do setor e suas ramificações e sua participação em eventos organizados pelos que agora também estão no olho do furacão. Com a diferença que, no caso de Milei, envolvem a palavra e a investidura presidencial.



Fuente Clarin.com

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